Convocação do Banco do Brasil para a volta ao trabalho presencial está sendo feita de forma muito rápida e sem diálogo com o movimento sindical
Sem fazer qualquer diálogo ou negociação com o movimento sindical, e com uma comunicação que gerou dúvidas e apreensão entre os funcionários, o Banco do Brasil (BB) começou a convocar trabalhadores do grupo de risco para que voltem ao trabalho presencial, com exceção das gestantes. Bancários da Baixada Santista denunciam o curto prazo entre a comunicação e a data de retorno. O movimento sindical está mobilizado sobre a questão e buscará as medidas cabíveis em defesa da categoria.
“Alguns trabalhadores foram avisados por email, outros receberam ligação dos seus gestores nesta semana para já voltarem na segunda-feira (29), ou seja, um prazo muito pequeno. Mas a maior preocupação é o risco para a saúde dos trabalhadores, não só os do grupo de risco. Boa parte dos bancários, por exemplo, ainda não recebeu a dose de reforço que começou a ser aplicada recentemente. Somos contra o retorno do jeito que está sendo feito pelo banco, sem diálogo com o movimento sindical”, afirmou o Secretário de Formação e Relações Sindicais do Sindicato dos Bancários de Santos e Região, e bancário do BB, André Elias.
A presidente do Sindicato, e também funcionária do BB, Eneida Koury, destaca que ainda há o risco no mundo de uma nova onda de contaminação por Covid-19. “Diretores da Organização Mundial da Saúde (OMS) avaliam que o mundo está entrando em uma quarta onda da pandemia do novo coronavírus, com a evolução do vírus e surgimento de variantes mais transmissíveis. De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), quem é grupo de risco só poderia voltar ao trabalho presencial, na atual conjuntura, com orientação de um médico”.
Os dirigentes sindicais reforçam que segue sendo fundamental o uso de máscara, álcool em gel e distanciamento como medidas de combate ao novo coronavírus. No comunicado enviado pelo BB, o banco incluiu só agora a cobrança do ciclo vacinal completo, medida que o movimento sindical defende há meses.
O banco pretende implementar o retorno de no mínimo 50% dos trabalhadores em novembro, 75% na primeira quinzena de dezembro e 100% até o final do ano. O movimento sindical também está atento para que o BB não faça descomissionamentos por desempenho enquanto durar a pandemia, descumprindo o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) Emergencial. Aprovado em assembleia em março do ano passado e negociado entre o movimento sindical e a direção do BB, o ACT Emergencial também prevê anistia de 10% do saldo total de horas negativas a compensar e prazo de compensação de horas negativas de 18 meses. (Fonte: Seeb/ Santos).