As novas regras para o cartão de crédito, que entram em vigor amanhã, são negativas para a rentabilidade futura dos bancos, avalia a agência de classificação de risco Moody’s. Em relatório, a agência diz que a limitação da dívida restringirá crescimento ou reduzirá as cobranças de juros e receitas das operações de cartão.
Os papéis dos bancos operaram em queda significativa no pregão de hoje na B3. O Bradesco (BBDC4) encerrou com desvalorização de 1,99%, negociado a R$ 16,75. O Itaú (ITUB4) recuou 1,28%, a R$ 33,52 e o do Banco do Brasil perdeu 1,14%, a R$ 54,76. As units do Santander (SANB11) caíram 0,77%, a R$ 31,87.
Negociadas em Nova York, as ações do Nubank recuaram 2,40%, a US$ 8,13, e as do Banco Inter perderam 3,24%, a US$ 5,38.
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“Os volumes de transações serão afetados negativamente pelo apetite de risco reduzido dos bancos para emitir cartões para novos clientes, especialmente para os de baixa renda”, diz a Moody’s. “Os bancos têm reduzido o apetite de risco para esse segmento dado o nível ainda muito alto das taxas de juros e o endividamento recorde das famílias.”
Para a agência, os grandes bancos comerciais, como Itaú, Bradesco, Santander, Caixa e Banco do Brasil, que concentram 63% do mercado de cartão de crédito do Brasil, devem ser afetados. Também serão impactadas instituições especializadas que mantêm um modelo de negócios centrado no financiamento do consumo, como Nubank, C6, Pan e Inter.
A natureza de alto risco das operações de cartão, juntamente com a esperada redução dos ganhos com o produto, resultarão em padrões de originação mais rigorosos pelos bancos, mesmo considerando as condições macroeconômicas mais favoráveis no Brasil desde 2023, diz ainda o relatório.
A partir desta quarta-feira os juros e encargos cobrados nos financiamentos do cartão de crédito (incluindo rotativo e parcelado) terão um teto e não poderão ultrapassar 100% do valor original da dívida.
Após a divulgação das regras, o Citi havia avaliado que o impacto do novo teto deve ser pequeno para os bancos. “Embora certamente tenha algum impacto negativo (principalmente em indivíduos de alto risco), parece pequeno à primeira vista”, diz.
O Goldman Sachs, por sua vez, afirmou que a medida não representa uma grande mudança estrutural para a indústria de cartões. (Fonte: Valor Investe).