Integrado ao open banking, o pagamento por Pix poderá ser utilizado mesmo fora dos aplicativos de bancos.| Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Ouça este conteúdo (Por Cristina Seciuk)
O país inicia nesta sexta-feira (29) uma nova etapa de implementação do open banking. Será a fase 3, com foco na possibilidade de compartilhamento dos serviços de iniciação de pagamentos fora do aplicativo do banco ou internet banking. O calendário específico de mais esta etapa começa com transações via Pix, que serão as primeiras contempladas no sistema financeiro aberto.
A partir da integração, usuários do sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central conseguirão utilizá-lo sem a necessidade de abrir o app do banco. Quando escolher compartilhar seus dados com outro serviço – uma plataforma de entrega de refeições, por exemplo – o cliente poderá realizar aquela operação ali mesmo, reduzindo os passos para fazer o pagamento.
A necessidade de acessar, em paralelo, o ambiente do banco, fazer a leitura do QR Code ou digitar chave do vendedor e valor da compra serão passos dispensáveis, substituídos por uma simples autorização.
Esse compartilhamento de dados funciona de modo similar àquele que é adotado por sites que pedem autorização do usuário para utilizar seu login de redes sociais como ferramenta de acesso a ambientes de compras. Com a liberação do usuário, as informações que já são de conhecimento daquela rede passam a ser “visíveis” também para a empresa que recebeu a autorização expressa do interessado, deixando de lado o preenchimento de formulários de cadastro.
Com pagamentos integrados, restará uma última fase para o open banking
Essa nova etapa do open banking começa após adiamento de quase dois meses. A mudança de cronograma realizada em agosto atendeu a pedidos de participantes da iniciativa por causa da “necessidade de ajustes nas especificações técnicas, que comprometeu o prazo para realização de testes para a certificação das instituições”, afirmou o BC à época.
Segundo o Banco Central, a novidade abre caminho para o surgimento de novas soluções, possibilitando o acesso a serviços financeiros de forma “mais fácil, célere e por meio de canais mais convenientes para o cliente, preservando a segurança do processo”. O BC destaca ainda que o compartilhamento de dados previsto no open banking só acontece com a autorização prévia e específica do cliente.
Após a integração das compras e transferências por meio do Pix ao open banking, a possibilidade se estenderá nos meses seguintes. O calendário de integração dos meios de pagamento ao sistema aberto avança em 15 de fevereiro de 2022 para pagamentos com TED e transferências entre contas de uma mesma instituição; em 30 de junho para boletos; e em 30 de setembro para pagamentos com débito em conta.
Após a etapa que começa agora, haverá ainda uma quarta fase, que compreende o compartilhamento de informações sobre produtos de investimentos, previdência, seguros, câmbio, entre outros, ofertados e distribuídos no mercado. A previsão é para que isso aconteça ainda em dezembro, quando as instituições participantes deverão tornar públicas as informações sobre produtos e serviços relacionados ao escopo definido pelo BC.
Anteriormente, a implantação do open banking contou com padronizações internas nas instituições e com o efetivo compartilhamento de dados cadastrais e transacionais sobre serviços bancários tradicionais.
O Banco Central defende que o open banking deve permitir mais competitividade no sistema financeiro, maior inclusão e facilidades de “portabilidade de relacionamento entre instituições”, por meio do acesso a informações de forma mais facilitada quando isso for de interesse do cliente. A expectativa é de que “o fluxo mais transparente de informações entre as instituições favoreça a definição de melhores políticas de crédito e a oferta de serviços mais adequados aos diferentes perfis de clientes e de segmentos da sociedade”, diz o Banco Central. (Fonte: Gazeta do Povo)
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