Neste Dia Internacional da Mulher, debates acerca da importância da presença feminina no mercado de trabalho são levantados. E, mesmo que os números da participação feminina estejam aumentando nos últimos anos, as cadeiras superiores no mercado financeiro ainda são majoritariamente ocupadas por homens.
Segundo levantamento da FESA Group, as executivas representam 33,86% nos cargos de lideranças nas empresas de finanças.
Os dados confrontam a realidade populacional do Brasil, com 50% mulheres, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Fabiana Rocha, diretora da FESA Group e especialista em mercado financeiro, afirma que os números de representatividade são ainda baixos e que “estamos vivendo um momento que é preciso acelerar a jornada de diversidade nas empresas, inclusive, nas bancárias”.
O estudo, feito com 82 empresas, 249 pessoas e 12 posições de trabalho, ainda revelou que existem algumas áreas onde a presença feminina é frequente.
Segundo a especialista, pode ser que as mulheres estejam mais presentes no setor de RH devido a preceitos de cuidado, do olhar próximo, da empatia e para trazer diversidade para as empresas.
Já em relação a CFOs e setores de Riscos e Corporate, o número é ainda menor, chegando a apenas 20%.
Mas, a área mais crítica indicada pela empresa é a de Investment Banking (IB), responsável por grandes operações estruturadas, na qual apenas 17,39% de pessoas do sexo feminino estão em altos cargos.
Jaime Almeida, vice-presidente de diversidade e inclusão da FESA Group, explica que o segmento financeiro foi majoritariamente masculino por um longo tempo, impossibilitando a capacitação das mulheres para vagas que exigem mais experiência e bagagem.
“As empresas buscam uma pessoa com 10 anos, 15 anos de experiência, e em algumas situações ainda não tem mulheres suficientes para aquelas cadeiras”, diz.
Ele acrescenta que, enquanto se tem um movimento de inserção desse público feminino em altos cargos, a situação vai melhorando. “O problema é o tempo de demora para que essas mulheres cheguem em posições de geral liderança”, explica.
Essa situação não ocorre apenas para a chegada das mulheres na chefia, mas até mesmo na sua inserção no mercado de trabalho.
Conforme pesquisa da Opinion Box, 26% das mulheres entrevistadas afirmaram terem perdido uma oportunidade de trabalho por serem mães, e 17% por estarem grávidas. Nas entrevistas de emprego, pouco mais de 40% afirmou ser perguntada se estava esperando um filho no momento ou no futuro.
A dificuldade vai além do processo de recrutamento, pois muitas não possuem rede de apoio que as possibilite procurar um emprego devido à alta global dos custos com cuidados infantis — tarefa que tradicionalmente é delegada às mulheres, segundo o Bank of America.
Em entrevista à CNN, Patricia Whitaker, executiva de investimentos da PicPay, diz que “apesar de pequeno, esse número existe”, comparando a situação com 20 anos atrás e apontando uma melhoria na quantidade de mulheres em áreas além do mercado financeiro.
Fonte: CNN
Notícias: FEEB-SC