Ter trabalho no Brasil não é garantia de muita coisa. Além dos direitos perdidos com a reforma trabalhista, o cidadão ainda tem de lidar com o arrocho imposto pela política ultraliberal de Bolsonaro. Dos 132 acordos e convenções coletivas fechados em junho, 53,8% não conseguiram repor as perdas inflacionárias, 19,7% tiveram apenas reajuste igual à inflação. Apenas 26,5% garantiram aumento real dos salários, aponta o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
Nesse cenário ruim, agravado pela pandemia, os bancários estão entre as poucas categorias que terão reajuste acima da inflação neste ano. A CCT (Convenção Coletiva de Trabalho) garante a reposição do INPC e aumento real de 0,5% para salários e demais verbas como vale-alimentação e vale-refeição, assim como para os valores fixos e tetos da PLR. A data-base da categoria é setembro.
No primeiro semestre, entre as categorias que tiveram reajustes acima do INPC-IBGE estão os profissionais da educação privada, operários da construção e mobiliário e da indústria metalúrgica. Os profissionais de turismo e hospitalidade e os da saúde privada obtiveram os piores resultados com 82,8% e 79,6% das negociações com reajustes abaixo do INPC, respectivamente.
Perda de poder aquisitivo
Com o custo de vida cada vez mais elevado, os brasileiros perdem poder aquisitivo e muitos se atolam em dívidas. No primeiro semestre, 69,7% das famílias possuíam alguma conta em atraso. (Fonte: Bancários Bahia).