O presidente da Argentina, Javier Milei, alertou em discurso de posse, ao tomar o cargo no mês passado, que faria um corte drástico nos gastos públicos que geraria “estagflação” no País. Economista de formação, Milei certamente sabe o que significa o fenômeno econômico, entretanto, o termo não é de conhecimento de todos.
E você, sabe o que isso quer dizer? Caso não saiba, não se preocupe. O Terra conversou com especialistas para entender o fenômeno e te explica neste artigo.
O que é estagflação
A estagflação é um termo econômico que descreve uma situação relativamente rara na qual a economia de um País ou regiãoexperimenta simultaneamente estagnação econômica e inflação alta. A estagflação surge em circunstâncias incomuns e pode ser causada por uma variedade de fatores, muitas vezes combinados.
O Terra consultou o economista Otto Nogami, professor do do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), em busca de uma explicação mais detalhada do termo econômico. Segundo ele, os principais aspectos da estagflação incluem: alta inflação (atingiu 160,9% em novembro no acumulado de 12 meses), estagnação econômica e falta de relação entre desemprego e inflação.
“Pode ser decorrente, também, de políticas monetárias e fiscais que falham em controlar a inflação ou estimular o crescimento econômico, contribuindo para a estagflação. Este fenômeno é atípico porque, tradicionalmente, a estagnação econômica (caracterizada por baixo ou nenhum crescimento econômico e alto desemprego) tende a ocorrer com baixa inflação, e não o contrário”, explica.
Por que esse fenômeno atinge a Argentina?
O atual governo argentino enfrenta o desafio da estagflação devido a uma combinação de fatores econômicos e políticos específicos do país, segundo Nogami. “A Argentina tem uma longa história de instabilidade econômica, marcada por altas taxas de inflação, desafios fiscais e políticos, e problemas estruturais”.
A ameaça da estagflação nesse contexto pode ser atribuída a vários fatores:
“Lidar com a estagflação na Argentina requer abordar esses problemas de forma holística, o que pode envolver reformas significativas em várias áreas da política econômica e governança. No entanto, a natureza complexa e interconectada desses desafios torna difícil encontrar soluções rápidas ou simples”, completa o professor. (Fonte: Exame).