A internet como foi criada já era. A rede para conectar e aproximar pessoas já está tomada pelos robôs. Eles geram 47,4% de todo o tráfego nas redes.
Aqueles views, aqueles likes, até aquela paquera no Tinder ou no Instagram, pode não ser quem você está pensando. Não um humano fingindo-se outro. Mas um robô, criado para varrer a internet em busca de dados para alimentarem os algoritmos de seus contratantes.
A circulação de robôs está tão intensa nas redes, que interfere nos resultados dos sites de busca. O Google busca forma de neutralizá-los. Internautas também. Muitos acrescentam em suas pesquisas o comando “Before: 2023”, para conseguir resultados anteriores a 2023, quando a influência dos robôs com conteúdos feitos com Inteligência Artificial era menor.
Na Índia, foi feita uma pesquisa entre pessoas que frequentam sites de relacionamento, tipo Tinder. 77% delas descobriram que estavam conversando com um perfil criado por IA, inclusive nas fotos. Imagine a decepção.
O comércio adotou de vez os robôs para seu primeiro contato com os consumidores nas redes. É o famoso “tecle 1, tecle 2, tecle 3”, hoje ultrapassado, que desempregou muita gente de carne e osso nos atendimentos de telemarketing.
Hoje as centrais de atendimento estão tomadas por robôs, que conversam com o consumidor por texto (chatbot), por voz (voice bots) ou por avatares.
Já nos habituamos a essa nova rotina e hoje falamos com a Lu da Magalu, que tem quase 7 milhões de seguidores no Instagram, ou com a Bia do Bradesco, quase que com naturalidade. Nesse relacionamento, o ser humano é escanteado. Que mundo essa falta de comunicação entre humanos na internet nos trará? Vamos de novo nos encontrar nas ruas, praças, conversar olhos nos olhos, como uma vez há muito tempo foi?
Como será o tempo futuro, quando acharemos um absurdo que pessoas perdessem grande parte de seu tempo postando nas redes sociais, num tempo em que elas só terão robôs? E o que será que eles, robôs, estarão fazendo entre si?
Talvez alguns de nós façamos parte do 1% que ainda resistirá representando a espécie humana nessa selva de IA. Nossos gladiadores do futuro.
(Fonte: Revista Fórum).