A inclusão dos bancários nos grupos prioritários do PNI (Plano Nacional de Imunização) foi solicitada ao governo federal pelas entidades sindicais que representam os bancários de todo o país.
Em ofício enviado ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, os bancários afirmam que “esta importante atividade não teve seus serviços interrompidos em nenhum momento desde a decretação da pandemia do novo coronavírus e seus serviços de atendimento ao público, inclusive aos beneficiários das políticas públicas de caráter social, seguem em operação, entretanto, registrando filas e aglomerações dentro e fora das unidades bancárias”. Eis a íntegra (273 KB).
A categoria também cita um estudo do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) que aponta uma alta de 183% nos desligamentos por morte registrados entre os bancários na pandemia. Segundo a pesquisa, eram 18,33 óbitos em média por mês no 1º trimestre de 2020 e 52 entre janeiro e abril de 2021.
A Fenae (Federação Nacional das Associações de Pessoal da Caixa Econômica Federal) ainda diz que 70% dos bancários ouvidos em pesquisa realizada em parceria com a USP (Universidade de São Paulo) atuam em agências com pouca ventilação e precisam manter contato próximo com colegas e clientes. Por isso, a Fenae também tem pedido vacinas e medidas de prevenção à covid-19 à diretoria da Caixa Econômica Federal, que é a pagadora do auxílio emergencial.
“A categoria foi considerada essencial desde o início da pandemia e nunca parou, mas não é prioritária para a vacinação”, disse o presidente da Fenae, Sergio Takemoto.
O pleito dos bancários tem apoio da Febraban. A Federação ajudou a articular uma reunião da categoria com o secretário especial de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco, e com o secretário especial de Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Dalcolmo. O encontro ocorreu na 2ª feira (07.jun.2021).
O presidente da Febraban, Isaac Sidney, também participou da reunião com a Secretaria de Trabalho. Ele disse ao Poder360 que vem discutindo o assunto com as autoridades responsáveis porque os bancários atendem mensalmente milhões de pessoas.
“Com o avanço da campanha de vacinação nas categorias prioritárias e a política de entrada gradual, no Programa Nacional de Imunização, de trabalhadores de atividades essenciais, a Febraban entende que é oportuno o ingresso dos bancários do país na relação dos trabalhadores a serem vacinados”, afirmou o presidente da Febraban.
Cerca de 450 mil bancários podem entrar na lista de prioridades da vacina caso o governo atenda o pleito da categoria. Hoje, a lista de prioridades do PNI já conta com 13 categorias profissionais, entre profissionais de saúde, professores, agentes penitenciários, forças de segurança, motoristas de ônibus, trabalhadores industriais e portuários. Eis a íntegra (7,7 MB) da versão atual do PNI.
Procurado, o Ministério da Saúde disse que “a campanha prioriza grupos com maior risco de internação por complicação da doença e de óbito”. A pasta preferiu não comentar o pleito dos bancários, mas afirmou que o plano de vacinação “está em constante atualização” e que “à medida que a vacinação avança, novos grupos serão contemplados”. Fonte: Poder360.