A Federação dos Bancários de Santa Catarina está participando da rodada de negociação com a Fenaban de hoje, através de seu presidente, Armando Machado Filho, juntamente com a Comissão de negociação da Contec. A reunião com os bancos teve início na manhã de ontem (20), com a entrega da Pauta pela Fenaban, com as redações para as renovações das CCTs, porém, sem indicar a porcentagem de reajuste salarial e valores, inclusive aqueles relativos a PLR.
A CONTEC iniciou as discussões das pautas solicitando a implementação do 13º vale-refeição. Essa proposta visa garantir um crédito adicional de vale-refeição no final do ano, semelhante ao 13º salário.
Essa medida seria um benefício significativo para os trabalhadores, proporcionando um alívio financeiro extra para as despesas de fim de ano.
A Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) considera o vale-refeição um benefício extra, ou seja, não é obrigatório por lei, mas sim um adicional oferecido pelas empresas.
A Fenaban também alega que a Receita Federal pode influenciar o valor do vale-refeição, especialmente em relação a deduções fiscais e outros aspectos tributários e propõe que , caso haja uma cobrança da receita federal sobre o vale, que esse valor seja descontado do empregado.
A Contec reafirma que o vale-refeição está previsto no contrato de trabalho ou na convenção coletiva, pois é um benefício garantido e deve ser mantido durante as férias e não aceitou a proposta da Fenaban para o desconto dos funcionários.
Sobre o vale alimentação, A Fenaban propôs que o auxílio-alimentação seja interrompido após 180 dias de afastamento do trabalho. Os negociadores dos trabalhadores informaram à Fenaban, que essa medida irá impactar trabalhadores que estão afastados por longos períodos devido a doenças ou acidentes, pois deixariam de receber esse benefício após seis meses.
A Fenaban também propôs uma carência para a concessão de benefícios a funcionários reintegrados. Isso significa que, após a reintegração, os funcionários podem ter que esperar um período específico antes de voltarem a receber certos benefícios, como auxílio-alimentação e vale-refeição.
A Contec reafirma que essa proposta trará prejuízos significativos os trabalhadores que retornam ao trabalho após um afastamento, muitas vezes causado por doenças ocupacionais como LER e doenças emocionais como depressão, ansiedade e síndrome de Burnout.
Ainda durante a reunião de ontem , a Fenaban propôs ajustes na legislação para o complemento de aposentadoria, incluindo a implementação de um prazo de validade e um período de carência para esses benefícios, alegando que o INSS implementou mudanças no processo de concessão do auxílio-doença, sendo possível solicitar o benefício sem a necessidade de passar por uma perícia médica presencial. Isso significa que os trabalhadores podem ter que esperar um certo tempo antes de começar a receber o complemento de aposentadoria e que esse benefício pode ter uma duração limitada. Referente a esse assunto, a CONTEC pediu uma discussão mais aprofundada no assunto.
A mesa de negociação da CONTEC pede o reajuste na PLR, a Fenaban argumentou que os bancos enfrentam desafios financeiros em 2024, mencionando aumento da concorrência e riscos no setor e informando que os Bancos já pagam PLR superior a outros setores. No entanto, os representantes dos empregados, contestaram essa visão, destacando que o setor bancário continua sendo um dos mais lucrativos da economia brasileira. A Fenaban manteve a sua posição de não oferecer o reajuste e o aumento no cálculo da PLR .
A segunda rodada de negociação de ontem (20), iniciou-se às 16:30h com a proposta trazida pela Fenaban, referente as reivindicações dos representantes dos bancários nas mesas de negociações para as cláusulas econômicas. A Fenaban mencionou a pressão competitiva dos bancos digitais, alegou que os grandes bancos não irão mais sobreviver com a concorrência das cooperativas de crédito e as fintechs, que geralmente operam com uma estrutura de custos mais baixa do que os grandes bancos tradicionais. A Fenaban destacou a necessidade de garantir a sustentabilidade dos negócios como um dos principais argumentos dessa rodada de negociação. Eles alegam que a pressão competitiva dos bancos digitais e fintechs, exige uma gestão cuidadosa dos custos operacionais e que o cenário do sistema financeiro mudou e que ambos os lados precisam se adaptar a essas mudanças e trouxe à mesa a proposta de segmentar os bancos, para assim, também segmentar as verbas e reajustes.
Os negociadores da CONTEC defendem que os grandes bancos continuam a ter lucros significativos e, portanto, têm capacidade de atender às reivindicações salariais da categoria e expressaram forte oposição, impugnando a proposta de segmentação da Fenaban.
“ Essa proposta desrespeitosa é inaceitável e traz prejuízo e desigualdade entre os trabalhadores, e não reconhece de forma justa o esforço coletivo da categoria que está na linha de frente enriquecendo os banqueiros . Além disso, os bancários, independentemente do segmento, enfrentam desafios semelhantes, como a pressão por metas e a necessidade de adaptação às novas tecnologias”, argumentou o presidente da FEEBSC, Armando Machado Filho à Fenaban, durante a rodada de negociação .
Os negociadores da CONTEC rechaçaram a proposta de setorizar os bancários e defenderam de forma intensa um reajuste uniforme, que contemple a reposição da inflação e um aumento real para todos os trabalhadores.
Lembrando que em 2023, os cinco maiores bancos do Brasil – Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco e Santander Brasil – tiveram um lucro combinado de R$ 107,5 bilhões. Esse resultado representa um crescimento de 1,9% em relação ao ano anterior.
Na terceira etapa da rodada de reunião de ontem ( 20), às 18:00h a Fenaban apresentou uma proposta que utiliza o Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) como base para fracionar os reajustes salariais e a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) entre os bancos, visando diferenciar os reajustes de acordo com a rentabilidade de cada instituição financeira, segmentando os bancos em pequeno, médio e grande porte.
A Comissão de Negociação da CONTEC argumentou que o ROE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido) é uma métrica complexa que envolve várias variáveis financeiras, o que tornaria difícil para os funcionários acompanharem todos os detalhes que influenciariam essa métrica e que seria difícil controlar e entender como essas variáveis impactariam os reajustes salariais e a PLR.
Os representantes dos trabalhadores reafirmaram junto a Fenaban, que não aceitarão propostas segmentadas e solicitaram aos bancos para que tragam uma proposta justa e global para a categoria bancária na rodada de negociação do dia (21), que está agendada para às 10:30h, na sede da Fenaban.
Assessoria de comunicação – FEEB/SC