O brasileiro com acesso à internet mantém 3,6 contas em bancos e outras instituições financeiras ao mesmo tempo, em média, conforme apontou um estudo feito pelo banco digital C6 Bank. O dado é um alerta, já que, quanto mais contas alguém tem, mais difícil é organizar o orçamento. Quanto maior a classe social, mais contas a pessoa tem. Na classe A, a quantidade média chega a 5,5, enquanto na classe C, vai a 3,3.
O levantamento foi realizado apenas com as classes A, B e C. Além das populares contas corrente e poupança, a pesquisa envolve contas salário, onde o empregador faz depósitos mensais, e contas de pagamento, oferecidas por fintechs. O estudo inclui, ainda, contas de investimento.
Os homens possuem mais contas que as mulheres. Entre eles, a quantidade média chega a 4,1 e, entre elas, vai a 3,2. O acúmulo de contas chama atenção em um momento em que o sistema bancário brasileiro passa por uma mudança que deve transformar o relacionamento dos consumidores com as instituições financeiras, avalia o C6 Bank.
O chamado open banking, que está em fase de implementação no país, permitirá que os clientes compartilhem seus dados bancários entre diversas empresas, em troca de serviços e produtos melhores e a taxas mais competitivas. Com a tecnologia, as instituições financeiras poderão saber se o consumidor é um bom pagador ou quanto de crédito teve aprovado em outra empresa, por exemplo.
Com a virada de chave para o sistema financeiro aberto, que o mercado espera que ocorra até o fim do ano, o cliente poderá, por exemplo, acessar as contas mantidas em diversas instituições financeiras a partir de um único aplicativo .
“Essa é mais uma etapa importante do processo de democratização do acesso aos serviços bancários no país, que já vem se consolidando com o avanço das instituições digitais”, afirma Maxnaun Guitierrez, chefe de produtos e pessoa física do C6 Bank.
A maioria dos brasileiros ainda não sabe o que significa open banking, segundo estudo do C6 Bank. O levantamento mostrou que 56% dos brasileiros com acesso à internet não conhecem ou nunca ouviram falar sobre a tecnologia.
Quando apresentados a supostas definições para o novo sistema, 37% dos entrevistados disseram que o open banking é um novo banco digital, 12% acreditam se tratar de agências bancárias abertas 24 horas por dia e 1% disse que é um evento com comida e bebida liberadas. Apenas 23% mencionaram ser um sistema que permitirá o compartilhamento de informações bancárias.
Conforme a pesquisa, só 23% dos brasileiros estão interessados em compartilhar dados pessoais com instituições financeiras em troca de economia com tarifas e taxa de juros. Outros 33% não têm interesse em compartilhar seus dados e 44% não sabem dizer se querem ou não abrir essas informações. Fonte: Valor Investe .