As concessões de crédito dos bancos que atuam no Brasil somam um montante mensal de R$ 500 bilhões, um patamar alto segundo dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), divulgados nesta quarta-feira (23/11). Segundo a entidade que representa a maioria dos bancos brasileiros, em outubro, houve retração mensal de 6,3% nas concessões. Entretanto, quando ajustado pelo número de dias úteis no mês, a retração é mais modesta, de 1,6% com relação a setembro. Apesar do recuo na margem, o volume de concessões deve se manter em um elevado patamar, com potencial de crescimento de 16% a 18% no fechamento do ano de 2022.
Segundo o Banco Central, O estoque total de crédito no Brasil subiu 2,2% em setembro sobre agosto, a R$ 5,177 trilhões, correspondente a 55% do Produto Interno Bruto (PIB). De acordo com o levantamento da Febraban, a forte injeção de crédito na economia também pode ser vista na visão acumulada em 12 meses, com expansão de 23% de janeiro a outubro, um “resultado notório, sobretudo diante das condições financeiras mais restritivas após as sucessivas altas da taxa Selic”, analisa a entidade.
As concessões com recursos livres devem ficar estáveis em outubro (+0,1%), enquanto as novas operações com recursos direcionados devem mostrar uma retração de 12,4% (ambas considerando o desempenho ajustado). Neste caso, a retração reflete a acomodação do volume de desembolsos dos programas públicos de crédito, após estes programas atingirem o pico em setembro.
Mais uma vez, segundo a Febraban, o avanço do crédito direcionado (+1,5%) deverá ser o destaque mensal do saldo total da carteira de crédito devido ao volume robusto de operações nos programas públicos de crédito para empresas, como o Pronampe e o PEAC-FGI. Em outubro, o crescimento previsto para a carteira é de 0,7%, revela a pesquisa da entidade. A Pesquisa de Crédito da Febraban é divulgada mensalmente como uma prévia da Nota de Política Monetária e Operações de Crédito do Banco Central e as projeções são feitas com base em dados consolidados dos principais bancos do país, que representam de 37% a 88% do saldo total do Sistema Financeiro Nacional, dependendo da linha, além de outras variáveis macroeconômicas que impactam o mercado de crédito.
Em outubro, a carteira direcionada deve mostrar nova aceleração em seu ritmo de expansão anual, de 13,5% para 14%. “A pesquisa mostra que a alta de outubro deve ser liderada pelo crédito às empresas, com avanço de 2,2%, que segue apresentado um volume robusto de operações nos programas de crédito para as micro, pequenas e médias empresas, como o Pronampe e o PEAC-FGI”, avalia Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban. “No crédito direcionado às famílias, o crescimento deve ser de 1,1%, impulsionado pelo crédito rural, beneficiado pela nova rodada do plano Safra. A reedição dos programas públicos para as micro, pequenas e médias empresas e o aumento do orçamento para apoiar a produção agropecuária nacional ajudaram a manter um ritmo forte de expansão do crédito neste 2º semestre”, complementa Sardenberg. (Fonte: O tempo).