A digitalização do setor bancário está levando as instituições financeiras a enxugarem suas estruturas, eliminando postos de trabalho e fechando agências. O assunto foi tema de reportagem do Estadão, publicada na última segunda-feira 5. O jornal usou dados fornecidos pelo Dieese de janeiro de 2014 a abril deste ano, os bancos fecharam 5.716 agências e extinguiram cerca de 70 mil postos de trabalho.
A sobrecarga de trabalho e a pressão por vendas de produtos bancários como seguros, investimentos em papéis financeiros e outros; está levando os bancários ao topo de um ranking indesejado de categoria com maior número de adoecimentos psicológicos no Brasil. Enquanto isso, os bancos lucram bilhões e oferecem um atendimento precário e inseguro aos clientes e usuários.
O Estadão cita ainda dados do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Ministério do Trabalho): o volume de demissões no setor bancário em março foi 39% maior que a média mensal de 2022, quando o número de desligamentos chegou a 1.474. Já o número de contratações foi 16,5% abaixo da média mensal registrada no setor em março do ano passado. Março de 2023 foi o sexto mês consecutivo de cortes de postos de trabalho no setor bancário.
A reportagem destaca também que foram eliminadas 2.662 vagas no setor bancário, no primeiro trimestre deste ano; no mesmo período de 2022, haviam sido abertas 3.160 vagas. E que nos grandes bancos, o corte de pessoal chegou a 2.394, comparando os dados do primeiro trimestre de 2023 com igual período no ano passado.
Ainda citando o Novo Caged, a reportagem ressalta que a eliminação de empregos tem impactado mais a categoria bancária do que as demais categorias do setor financeiro: “Considerando o ramo financeiro como um todo, que inclui gestoras, corretoras e assessores, houve crescimento de vagas.” Em março foram criadas 925 vagas no setor financeiro como um todo; e nos últimos 12 meses, foram criados 28,5 mil postos de trabalho no ramo. A média é a criação de 2,3 mil vagas por mês. O Estadão lembra ainda que a digitalização dos bancos resulta em novo perfil de contratações: “(…) os novos postos de trabalho, na maioria dos casos, foram para profissionais de tecnologia da informação, como programadores, analistas e gerentes de produto.” (Fonte: SP bancários).