Na última quinta-feira, 21 de março, o COE/Bradesco CONTEC reuniu-se com representantes do Banco Bradesco para discutir uma série de demandas importantes dos funcionários. A reunião contou com a participação de Gladir Basso, Coordenador do COE, Breno Ferreira de Souza, Secretário do COE, entre outros membros da comissão, e pelo Bradesco, Eduara Cavalheiro, Gerente de Relações Sindicais, acompanhada de sua equipe. Em razão de compromissos anteriormente agendados, o presidente da Contec, Lourenço Prado, não pôde participar da reunião. Contudo, Gladir Basso assumiu a representação e transmitiu cordiais saudações aos participantes, expressando votos de uma reunião produtiva e destacando a expectativa de sua presença nos próximos encontros. Cerca de 75 pessoas acompanharam a reunião de forma online.
Sobre o tema de Fechamento de Agências, PA´s, Espaço Prime, e UN – Unidades de Negócios e a Manutenção de Empregos, Eduara Cavalheiro, Gerente de Relações Sindicais do Bradesco, contextualizou a atuação do banco diante do atual cenário econômico e as transformações no setor bancário impulsionadas pela tecnologia e novas expectativas dos consumidores. Eduara falou sobre o impacto da pandemia, a inflação e os juros elevados, especialmente sobre a população de baixa renda e as micro e pequenas empresas, segmentos fortes do Bradesco. A representante do banco elucidou a necessidade de adaptação às mudanças no setor, com uma concorrência atípica, proveniente de empresas tecnológicas que, embora ofereçam serviços financeiros, não são reguladas como os bancos tradicionais, criando uma assimetria no mercado e demanda por uma reorganização do Bradesco para manter sua sustentabilidade a longo prazo. Na visão estratégica apresentada, o Bradesco busca simplificar sua estrutura organizacional, reduzindo níveis hierárquicos para aumentar a agilidade e eficiência. Eduara mencionou a contratação de novos executivos para áreas chave, visando inovações, especialmente em negócios digitais e recursos humanos, mantendo uma relação próxima e transparente com o movimento sindical. Esclareceu que não se trata de uma eliminação do atendimento presencial, mas de uma adaptação ao comportamento do consumidor, que tem migrado fortemente para o digital. O banco não pretende abandonar o atendimento massificado, especialmente aos clientes de baixa renda, mas busca otimizar o “custo de servir” através da eficiência e tecnologia, sem reduzir a força de vendas. A estratégia inclui a abertura de novas agências PJ e a contratação de pessoal, especialmente em TI, para suportar essa transformação. O banco pretende reaproveitar os funcionários, ajustando suas funções às novas necessidades, como parte de um esforço para manter os empregos e investir na capacitação. A representante do banco reafirmou o compromisso do Bradesco com a carreira interna, contrariando rumores sobre o fim da valorização desse aspecto.
A questão das Contas Classic e Jurídicas Migradas para o Digital e Atendidas nas Agências foi destacada principalmente pelo Coordenador do COE Bradesco, Gladir Basso, que trouxe à tona uma preocupação relevante das entidades sindicais. A migração de contas para o ambiente digital, apesar de representar um avanço na direção da modernização e da conveniência para os clientes, levantou questões sobre o atendimento desses clientes nas agências físicas, particularmente no que diz respeito ao impacto nas metas e produtividade dos funcionários das agências.
Gladir Basso explicou que muitos clientes, após a migração de suas contas para o digital, por falta de familiaridade ou preferência por atendimento humano, continuam procurando as agências para atendimentos. Esta situação cria um desafio para os funcionários das agências, que acabam atendendo esses clientes digitais, mas não têm esse atendimento refletido em suas metas ou produtividade, impactando potencialmente suas avaliações e incentivos como o PDE. Há preocupação sobre a maneira como a migração digital tem sido gerenciada em termos de impacto no trabalho dos funcionários das agências. A preocupação dos sindicatos é que, embora a estratégia digital seja benéfica para o banco e ofereça conveniência aos clientes, ela também deve considerar o impacto operacional e nos empregados que estão na linha de frente do atendimento bancário.
Eduara Cavalheiro, por sua vez, recebeu essa preocupação como algo novo, e se comprometeu a levar a discussão para dentro do banco. Isso sugere um reconhecimento da necessidade de equilibrar as iniciativas digitais com o bem-estar e a eficácia dos funcionários das agências, assegurando que o avanço tecnológico não prejudique a força de trabalho ou a qualidade do atendimento ao cliente.
O tópico das Certificações CPA10 e CPA20 foi abordado com considerável atenção durante a reunião, refletindo sua importância para os funcionários do Bradesco, especialmente em relação aos prazos e à necessidade de certificação para desempenhar certas funções dentro do banco. Foram levantadas questões específicas sobre o processo de certificação, incluindo os custos de cursos preparatórios e a possibilidade de reembolso pelo banco, bem como o tratamento dado aos funcionários que não conseguem obter a certificação dentro dos prazos estabelecidos. A representante do banco explicou que as certificações são reguladas pela ANBIMA e que o banco segue rigorosamente as diretrizes para garantir que os funcionários em posições elegíveis possuam as certificações necessárias. Ela esclareceu que o banco monitora mensalmente a situação das certificações e que há um processo estabelecido para tratar dos casos em que as certificações estão pendentes ou expiraram. Aos funcionários nessa situação, é dada a oportunidade de regularizar sua certificação, com o entendimento de que não podem exercer atividades específicas até que estejam devidamente certificados.
Sobre o apoio do banco na preparação para as certificações, Eduara destacou que o Bradesco oferece cursos preparatórios gratuitos por meio da Unibrad, a universidade corporativa do banco. Além disso, anunciou uma novidade, ampliando as opções disponíveis para os funcionários se prepararem para as provas de certificação:
Para os funcionários que optarem por curso preparatório de mercado, o Banco reembolsará: CPA 20 até R$800,00 e CEA até R$ 1.200,00.
Regras:
– Não será aceita nota fiscal com valor superior aos limites;
– O reembolso é exclusivo para um único curso;
– O reembolso será realizado mediante aprovação na prova da ANBIMA;
– O reembolso deverá ser solicitado em até 90 dias após a data de aprovação na prova da ANBIMA;
– O curso e a aprovação no exame devem acontecer dentro do mesmo ano vigente;
– Enviar para o e-mail reembolso.certificacao@bradesco.com.br o formulário 4240-409, o Relatório de Soluções Externas/Pós/MBA; a nota fiscal e o comprovante de pagamento.
Importante! Não haverá reembolso de curso que não esteja vinculado a um exame de aprovação e nem anterior a 15/03/24.
Obs: Regras enviadas pela representante do banco ao Coordenador Gladir.
A representante do banco ressaltou a importância da preparação e da certificação não apenas para quem já ocupa posições que exigem a certificação, mas também como uma forma de preparação para futuras oportunidades dentro do banco, reforçando a política de valorização da carreira interna.
A questão do PDV (Programa de Demissão Voluntária) e o fim da política de carreira fechada no Bradesco foram tópicos de grande interesse durante a reunião. O anúncio feito pelo Presidente do Bradesco, Marcelo Noronha, sobre o encerramento da política de carreira fechada gerou preocupações entre os funcionários e os representantes sindicais, levando a discussões aprofundadas sobre o futuro das carreiras no banco e a segurança do emprego.
A representante do banco explicou que a mudança na política de carreira não significa o abandono da valorização da carreira interna, mas uma abertura para a inclusão de talentos externos em posições específicas, quando necessário, sem descartar o desenvolvimento e promoção de talentos internos.
Sobre o PDV, Eduara foi categórica ao afirmar que não existe a intenção de implementar um Programa de Demissão Voluntária no momento, alinhando-se com o plano estratégico do banco que não prevê redução da força de trabalho. Essa posição foi reiterada para tranquilizar os funcionários e representantes sindicais de que o banco busca manter e valorizar seu quadro de funcionários, apesar das reestruturações e mudanças no cenário econômico e bancário.
O tema gerou bastante discussão, com várias perguntas e comentários dos dirigentes sindicais e do coordenador do COE, Gladir Basso, refletindo as preocupações dos funcionários com as mudanças anunciadas e buscando explicações sobre como isso afetaria suas carreiras e estabilidade no emprego.
A abordagem do Bradesco, conforme explicado por Eduara, visa adaptar-se às mudanças do mercado financeiro, mantendo a competitividade e sustentabilidade do banco, sem perder de vista a importância dos seus funcionários e a valorização de suas carreiras, seja por meio de políticas internas de desenvolvimento ou pela integração de novas competências externas para enriquecer o quadro de colaboradores.
A discussão sobre as novas plataformas de agências PJ (Pessoa Jurídica) foi outro tema relevante abordado na reunião entre a CONTEC e representantes do Bradesco. A representante do banco mencionou a abertura de 122 agências PJ no Brasil, uma movimentação estratégica do Bradesco para fortalecer sua presença no atendimento ao segmento de empresas, e que além da abertura dessas agências PJ, o Bradesco está pretende contratar cerca de 3 mil funcionários para a área de TI. Isso inclui a possibilidade de aproveitar profissionais que já prestam serviços para o banco em tecnologia como terceiros, além de admitir novos talentos para a área.
Os dirigentes sindicais, por sua vez, expressaram interesse em entender melhor como essas novas plataformas de agências PJ e o investimento em tecnologia impactariam os empregos existentes e como os funcionários seriam realocados ou aproveitados dentro dessa nova estrutura. A preocupação com a manutenção dos empregos e a valorização dos funcionários existentes foi um tema recorrente, buscando garantias de que as mudanças não resultariam em demissões ou na redução da força de trabalho.
A valorização dos dirigentes sindicais foi outro tema discutido na reunião entre a CONTEC e representantes do Bradesco, refletindo a importância do reconhecimento e do respeito aos representantes dos trabalhadores no âmbito das negociações corporativas e sindicais.
Os dirigentes sindicais, representados na reunião, expressaram a necessidade de uma maior valorização por parte do banco, não apenas em termos de reconhecimento do trabalho que desempenham, mas também no que diz respeito às oportunidades de avanço de carreira, assegurando que a participação sindical não resulte em barreiras nas promoções e progresso profissional dentro do banco.
A COE destacou a importância de tratar não apenas a valorização dos dirigentes que estão dentro da agência, mas também daqueles que estão fora, especialmente os dirigentes liberados, que muitas vezes percebem que estão “embaixo” em termos de reconhecimento e oportunidades. A comparação com outras instituições, como a Caixa Econômica Federal, que aplicou deltas para promover a ascensão desses profissionais, foi mencionada como um exemplo a ser seguido.
A representante do banco enfatizou que o banco reconhece o movimento sindical como o representante legal e legítimo dos bancários, destacando a relação de proximidade e transparência com o sindicato e reiterou a importância da interação contínua com os sindicatos para o desenvolvimento de políticas que beneficiem os funcionários, incluindo aqueles envolvidos com atividades sindicais. A resposta do banco, porém, focou mais na questão da interação e do diálogo contínuo, sem detalhar medidas concretas para a valorização específica dos dirigentes sindicais.
O tema Gympass foi levantado como uma demanda antiga dos funcionários do Bradesco. Este tópico, especificamente referente ao benefício de acesso a academias e atividades físicas para os funcionários por meio da plataforma Gympass, reflete o interesse da categoria bancária em melhorias no bem-estar e qualidade de vida. A COE reforçou que a solicitação do Gympass é um pedido recorrente dos funcionários, mencionando que esta demanda já havia sido apresentada em reuniões anteriores nos anos de 2022 e 2023.
A resposta da representante do Bradesco, Eduara Cavalheiro, manteve a posição do banco anteriormente comunicada em relação ao Gympass. Ela expressou que, embora o banco não descarte completamente a ideia, ainda não era o momento para a implementação desse benefício.
Embora algumas respostas do banco tenham sido de manutenção de posições prévias, sem o avanço esperado em certos temas, o diálogo contínuo entre as partes sugere uma busca comum por soluções viáveis e justas. Este encontro reafirma a importância da negociação coletiva como meios fundamentais para abordar e resolver os desafios enfrentados pelos trabalhadores do setor bancário.