Depois de cinco anos, a Bradesco Vida e Previdência voltou a registrar captação líquida positiva em 2022, com entradas de R$ 800 milhões em recursos. A segunda maior empresa de previdência privada do País ganhou fôlego em um ano de alta de juros e volatilidade no mercado, fatores que beneficiaram os nomes tradicionais do setor.
Nos últimos anos, as maiores companhias de previdência do País foram trocadas pelos clientes por novas competidoras, que ofereciam taxas menores e aplicações mais ousadas para seduzir investidores que tinham aplicações nas casas tradicionais. A volatilidade dos ativos financeiros brasileiros no ano passado, porém, derrubou a rentabilidade de alguns fundos, e fez os clientes baterem em retirada.
Grupo gerencia R$ 272 bilhões
O diretor da Bradesco Vida e Previdência, Estevão Scripilliti, afirma que cerca de 80% dos R$ 272 bilhões que o grupo gerencia estão aplicados em renda fixa, mas que a grade de produtos aumentou, com fundos geridos por terceiros e, principalmente, maior participação do crédito privado, que chega a um quarto dos ativos em renda fixa. Isso ajudou a atrair o cliente de volta.
Na reformulação da grade, a companhia começou a oferecer nesta semana os chamados fundos data-alvo, em que os investimentos são orientados pela data de aposentadoria. A carteira inicial é mais agressiva, e à medida que o prazo final se aproxima, migra para aplicações de menor risco. A taxa de administração também cai. A taxa máxima é de 1,30% ao ano, e a mínima, de 0,50%, e a taxa efetiva varia de acordo com a alocação e os prazos das carteiras.
Em geral, as empresas de previdência direcionam os clientes de acordo com seu grau de conservadorismo. Os fundos data-alvo são populares nos Estados Unidos, mas no Brasil ainda engatinham. Os da Bradesco começarão com quatro vencimentos (2030, 2040, 2050 e 2060).
Empresa terá plataforma de orientação sobre aposentadoria
A Bradesco Vida e Previdência também quer transformar em negócio a aposentadoria dos clientes. Neste trimestre, deve lançar uma plataforma para orientá-los sobre a melhor forma de sacar o dinheiro que acumularam ao longo dos anos. Scripilliti afirma que a maior parte dos clientes resgata todo o dinheiro de uma vez, o que é ruim para as empresas do setor. A ideia é orientá-los sobre as vantagens de resgates parcelados – algo que a Brasilprev, líder desse mercado, também planeja fazer.
(Fonte: Estadão)
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