O número de afastamentos por transtornos mentais concedidos pelo INSS cresceu cerca de 40% no ano passado comparado ao anterior. De acordo com o órgão, 288.865 benefícios por incapacidade relacionados a transtornos foram concedidos em 2023.
O levantamento mostrou que 15 as principais razões por trás desses problemas. Todas elas são previstas na classificação internacional de doenças. No topo da lista está o transtorno misto ansioso e depressivo, com mais de 28 mil casos. Logo após, vêm episódios depressivos e depressivos graves. Ansiedade generalizada também aparece.
Dificuldades para bancar as contas de casa, ambiente político tumultuado, condições precárias de trabalho, falta de descanso e excesso de celular estão entre os motivos que potencializam o problemas de saúde mental.
O excesso de informações, o excesso de tarefas e a necessidade de ter que ser muito produtivo e muito ativo o tempo todo vem criando e aumentando a ansiedade nas pessoas. Chegamos a um ponto que todo mundo acha normal e natural se sentir assim”, explica Liliana Seger, coordenadora do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clinicas.
A responsabilidade sobre a saúde mental da população também cai em cima do Estado. Com ajuda da sociedade civil, foi criado o ‘Janeiro Branco’.
“É uma campanha que busca colocar em máxima evidência tudo o que diz respeito à saúde mental ao bem-estar emocional e a qualidade de vida das pessoas a principal tese a principal proposta do gênero branco é inspirar as pessoas a entenderem que saúde mental pede cuidados individuais políticas institucionais e também políticas públicas”, afirma Leonardo Abrahão, presidente do Instituo Janeiro Branco.
Por meio de palestras, debates e ações, os organizadores alertam para população sobre os males de uma saúde mental abalada. A iniciativa, inclusive, virou lei.
Apesar da campanha, profissionais pedem mais investimento para saúde mental nas escolas e ambientes de trabalho.
“Nós precisamos aumentar psicólogos nas escolas, nós precisamos aumentar o número de psiquiatras. Precisamos aumentar esse número de profissionais e qualificar essas pessoas para que elas possam identificar e prevenir antes que o estrago esteja feito”, finaliza Seger. (Fonte: UOL).