As cidades de Florianópolis (SC), Palmas (TO), Rio de Janeiro (RJ) e Vitória (ES) passaram operar a rede 5G puro (standalone) nesta segunda-feira (22). Ao todo, são 12 capitais do país a ter a tecnologia.
A decisão foi tomada pelo Gaispi na quinta-feira (18), grupo responsável pela ativação da faixa de 3,5 gigahertz (GHz), que oferece acesso à rede.
De acordo com o conselheiro Moisés Moreira, que preside o Gaispi, no Rio de Janeiro, as companhias de telecomunicações precisariam operar o 5G com 252 antenas agora, mas já há pedidos de licenciamento para 723 aparelhos, quase 287% a mais.
Em Palmas, o mínimo era de 12, contra 21 solicitações já feitas. Em Florianópolis, são 43 pedidos, enquanto 18 era o piso exigido. E em Vitória, já foram 29 solicitações, contra o número de 15 antenas mínimas estipulado no edital de leilão do 5G.
Há duas semanas, o Gaispi recomendou mais 60 dias de prazo para o 5G rodar em 15 capitais brasileiras. Pela regra atual, todas as capitais deveriam receber o sinal até o fim de setembro.
Mas, em razão do cronograma de entrega de equipamentos necessários para evitar interferências de sinal, o grupo recomendou a ampliação do prazo.
O 5G já está disponível em Brasília, Curitiba, São Paulo, Belo Horizonte, Salvador, Goiânia, Porto Alegre e João Pessoa.
O 5G, ou a quinta geração da telefonia móvel, é a nova tecnologia de transporte de dados em rede envolvendo dispositivos móveis. Ela é a sucessora das gerações anteriores, o 4G, 3G, 2G e 1G.
Essas tecnologias funcionam através das chamadas “faixas”, que atuam como “avenidas” para a transmissão de dados, só que pelo ar. É por meio delas que o serviço será prestado.
À CNN Brasil, o especialista em tecnologia Arthur Igreja explicou que o 5G permitirá novas conexões em uma pista “exclusiva” e com mais benefícios.
Imagina uma faixa da estrada com veículos rápidos e lentos todos juntos. Ela seria nivelada por baixo. Agora, foi liberada essa ‘pista’ para veículos ultra-velozes com o 5G puro. Estamos falando de aparelhos que deverão ter antenas diferentes, além de antenas instaladas em diversos pontos da cidade, pavimentando essas rodovias”, destacou o especialista.
“Por conta dessas instalações, o 5G vai demorar para ser implementado no país todo. No começo, nós vamos experimentar muito o sentimento de ter que trocar de pista, pois o usuário pode estar em uma região da cidade que não tem a antena”, acrescentou.
Até o momento, de acordo com dados da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), 83 modelos oferecem suporte para o 5G.
Caso o dono do celular queira ter certeza se o acesso é possível, especialistas recomendam entrar em contato com a operadora. Outra possibilidade é verificar o código de homologação estampado no chassi (ou no manual do produto).
Por ora, apenas os produtos homologados pela Anatel podem utilizar o 5G.
A distribuição do 5G também depende das operadoras e não são todos os bairros que terão acesso à tecnologia. Assim, mesmo que uma pessoa tenha o aparelho apto, pode ser que não consiga se conectar à faixa.
Segundo a Anatel, “cada prestadora possui sua estratégia de implantação e expansão da rede. Sendo assim, é natural que, nesse momento inicial, nem todas as operadoras atendam todos os bairros e regiões”.
A agência recomenda que as pessoas também entrem em contato com as operadoras para saberem se um determinado local terá a rede disponível. (Fonte:CNN).