Os protestos diários que começaram na última terça-feira (26/7) em todo o país, contra a imposição de uma reestruturação desumana pelo Santander se ampliaram.
“Não vamos parar até a suspensão desta reestruturação desumana que engloba a ampliação do horário de atendimento sem novas contratações, trazendo sobrecarga de trabalho e, como consequência, o aumento do adoecimento; além das terceirizações através de empresas do próprio Santander, mas com menores salários e menos direitos. A ampliação do horário de atendimento sem a necessária contratação, também aumenta as filas prejudicando os clientes já que não há número suficiente de bancários para dar conta do atendimento”, criticou um dirigente do banco.
O banco extinguiu, ainda, os cargos de gerentes de atendimento. A mudança arbitrária tem gerado aumento ainda maior do acúmulo de trabalho.
Lucro dobrou
Tudo isto vem acontecendo mesmo sendo o Brasil responsável por 27% do lucro mundial do Santander. Em vez de valorizar os funcionários daqui pelo excelente trabalho, o banco nos trata desta forma.
Toda esta situação que beira a insanidade acontece sem a mínima justificativa já que o lucro do banco espanhol no Brasil dobrou neste trimestre em relação ao ano anterior. “O lucro líquido recorrente do segundo trimestre ficou em R$ 4,171 bilhões, muito acima da estimativa dos analistas que era de R$ 3,979 bilhões. Só a ganância pode ser apontada como motivo para tantos ataques à categoria e aos clientes brasileiros.
O Santander fez uma jogada contábil para reduzir seu lucro: reservou R$ 3,325 bilhões em provisões para créditos de liquidação duvidosa, sem levar em conta uma provisão extraordinária de R$ 3,2 bilhões que o banco reservou um ano antes para potenciais empréstimos inadimplentes decorrentes da pandemia.
Contradição
A reestruturação vem sendo imposta, sem qualquer negociação com o movimento sindical bancário desde 2021. No balanço do ano passado é possível ver que o saldo de postos de trabalho teve um pequeno aumento. O que o balanço esconde é que isto aconteceu devido a demissão de bancários e a contratação de substitutos por empresas terceirizadas pertencentes ao próprio Santander com salários e direitos muito menores do que os recebidos pela categoria bancária.
Fonte: Seeb/Rio
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