A 4ª fase do Open Baking no Brasil chega em sua última etapa. A partir desta terça-feira (31), será possível compartilhar dados de operações de câmbio, investimentos, seguros e previdência entre bancos, instituições financeiras e cooperativas. O compartilhamento das informações só será realizado caso o cliente autorize.
A operacionalização dos dados transacionais dos usuários faz parte da segunda parte da fase 4 do Open Banking, cuja primeira etapa dessa fase começou em dezembro de 2021. Na ocasião, as instituições participantes apresentaram a tecnologia que certifica a qualidade e a aderência às especificações do Banco Central (BC) ao serviço.
Agora, a chegada da parte final da última fase marca a transição do ecossistema para o chamado “Open Finance”, que expande o compartilhamento de dados para além das esferas bancárias. Segundo o BC, “o projeto como um todo se torna Open Finance”.
O Open Banking no Brasil teve início no primeiro dia de fevereiro de 2021, com um cronograma projetado para efetuar todas as 4 fases até o fim daquele ano. As três primeiras etapas tiveram foco no compartilhamento de dados bancários dos usuários entre as instituições financeiras, cada uma com as suas características operacionais.
A última fase vai ampliar o compartilhamento para todas as finanças pessoais de um cliente, permitindo que informações sobre investimentos, seguros, previdência privada entre outras cheguem mais facilmente às empresas autorizadas pelo BC.
“São mais opções para compartilhamento de dados, a critério do usuário final. Esse é um novo passo para o empoderamento da população como real dona dos dados, que com isso poderá conseguir melhores ofertas de serviços financeiros e se beneficiar de mais competição entre as instituições”, afirmou Ricardo Taveira, CEO e fundador da Quanto, plataforma de Open Banking.
“Mas é preciso também lembrar que estamos só no início da implementação, e o mercado precisa de um tempo para transformá-la em mudanças efetivas para o consumidor”, acrescentou.
O que vai mudar?
O Banco Central confirmou ao CNN Brasil Business que o calendário divulgado pela entidade monetária seguirá conforme planejado, dependendo somente do desenvolvimento do mercado em relação às normas da tecnologia.
Na prática, a partir desta terça-feira os clientes dependem da competição entre as instituições financeiras, que devem começar a apresentar ofertas personalizadas de acordo com os dados compartilhados dos usuários.
“O compartilhamento dessas informações permitirá que as instituições que estão recebendo esses dados possam analisar e entender quem é o indivíduo, qual o seu perfil de hábito de consumo, suas necessidades e, assim, criar produtos e serviços visando atender o cliente da melhor maneira, que caibam na realidade financeira dele”, destacou Fernando Tassin, gerente de payments e Open Finance da TecBan.
Tassin reforça que esta nova fase trará mais competitividade entre as empresas e mais informações aos clientes para contratar um serviço financeiro.
“O cliente final será cada vez mais centrado em seu empoderamento, além de obter o acesso a informações de forma simples e transparente, podendo escolher a instituição financeira que lhe preste o melhor serviço, o que necessariamente
não é o serviço mais barato”, explicou.
Portanto, as empresas podem ofertar produtos que variam desde mais limites no cartão de crédito, parcelas de financiamento, investimentos ou seguro mais adequadas, e até mesmo pacote de benefícios de tarifas mais atraentes, com isenção em determinados serviços.
“Antes, a pessoa batia de porta em porta pedindo financiamento. Agora, isso vai se inverter. Com o histórico do consumidor em mãos, as instituições financeiras que vão procurar o indivíduo e oferecer as melhores ofertas disponíveis”, pontuou Rodrigoh Henriques, líder de inovações financeiras da Fenasbac (Federação Nacional das Associações de Servidores do Banco Central). (Fonte : CNN).