Pressionado pela repercussão negativa sobre a ameaça de saída da Federação Nacional de Bancos (Febraban), o presidente do Banco do Brasil, Fausto Ribeiro, passou a buscar uma saída honrosa para contornar o impasse, que envolve também a Caixa Econômica Federal.
Os bancos públicos discordaram da decisão da Febraban de aderir a um manifesto em defesa da democracia e de estabilidade institucioanal com harmonia entre os Três Poderes organizado pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), que acabou adiando a sua divulgação. O teor do comunicado, no entanto, vazou.
Na noite de segunda-feira, Ribeiro conversou com executivos dos maiores bancos privados do país por meio de uma videoconferência em mais uma tentativa de demover a Febraban de assinar o manifesto. Seria positivo para o governo e os bancos públicos continuariam na entidade.
Ele também convidou o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, na tentativa de acalmar os ânimos. Próximo do presidente Jair Bolsonaro, ele foi o que mais se irritou com a decisão da Febraban e buscou apoio de Ribeiro para pressionar a entidade com a ameaça de desfiliação.
Segundo interlocutores a par das negociações, os banqueiros se mostraram desconfortáveis com a situação e atribuíram o problema a falhas de comunicação entre a Febraban e os bancos, que teriam ocorrido de forma individualizada.
A avaliação é de que a minuta do manifesto é inofensiva ao governo. Contudo, o plano é não deixar o problema render, segundo um interlocutor do governo.
A saída honrosa – para o governo – que Ribeiro busca tem como argumento o de que todos perderão se a Febraban insistir na ideia. Caso Caixa e BB se desfiliem, o orçamento da entidade ficará prejudicado com uma redução na arrecadação com a taxa de associação de cerca de 22,5%.
Além disso, não interessaria aos grandes bancos enfraqueceram a Febraban, no momento em que precisam unir forças para enfrentar a concorrência com Fintechs e meios de pagamento cada vez mais modernos.
Caso as negociações avancem, o BB deve se manter como associado da Febraban e possivelmente, a Caixa também, disse uma fonte a par do assunto. O Banco da Amazônia (Basa) e Banco do Nordeste (BNB) também são filiados e não cogitam deixar a Febraban.
Fonte : O Globo
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