O Banco Central (BC) prevê a implementação do Real Digital em “dois ou três anos” , disse Fabio Araújo, analista da instituição e responsável por coordenar o estudo de implementação da criptomoeda. Ele ressalta que o objetivo no momento não é substituir o dinheiro em papel, mas ser uma alternativa.
Ele faz alusão ao talão de cheques , que por muito tempo esteve presente na vida do brasileiro, mas deixou de fazer parte do cotidiano.
“É importante que o BC dê opções de pagamento digital para as pessoas, mas não há nenhuma intenção de extinguir o real físico. Nosso objetivo é que seja cada vez mais fácil e mais natural para as pessoas, de modo que o papel deixe de ser necessário”, explica.
Moedas digitais como o real digital são lastreadas no papel físico, ou seja, acompanham a volatilidade do real, e estão suscetíveis aos impactos da política monetária do país.
Sendo assim, Fabio afirma que a moeda não terá impacto na demanda inflacionária nacional.
“A gestão da inflação é feita através das métricas de liquidez da economia, e a CBDC (Moeda digital do Banco Central, na sigla em inglês) só será mais um dos mecanismos financeiros sem impacto real no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo)” conclui.
A principal diferença do e-real para o Bitcoin, Ethereum, e tokens negociáveis é que o Real Digital é centralizado no BC, enquanto as criptomoedas são ativos de valorização, sem um ente regulador.
Quando perguntado sobre a possibilidade de o Brasil adotar uma dessas opções como moeda oficial do país, como fez El Salvador, Fabio é taxativo.
“O Bitcoin é visto pelo BC como um ativo especulativo de alta volatilidade. Não temos nenhuma intenção de fazer contratos denominados em Bitcoin, mas também não temos a intenção de proibir que as pessoas tenham a moeda na carteira”, diz.
“As pessoas só tem que ter consciência do risco que elas estão assumindo ao comprar a criptomoeda. Para nós é como aceitar ações da Apple como pagamento, não é um ativo ideal para fazer compra e venda”, finaliza.
Fonte : IG
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