Os cinco maiores conglomerados bancários do país (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Santander) encerraram 2020 com 81,8% do mercado de crédito e com 79,1% dos depósitos totais. As informações foram divulgadas pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira (7).
Os cálculos englobam bancos comerciais, bancos múltiplos com carteira comercial e as caixas econômicas. Os dados estão no Relatório de Estabilidade Financeira de 2020.
Segundo o Banco Central, houve queda em relação à concentração bancária registrada no fechamento de 2019, quando essas instituições financeiras detinham 83,7% de todas as operações de crédito e 83,4% dos depósitos bancários.
PARTICIPAÇÃO DOS 5 MAIORES BANCOS COMERCIAIS NO CRÉDITO
EM % DO VOLUME TOTAL
Fonte: BANCO CENTRAL
O Banco Central destacou a redução das participações dos principais bancos públicos federais, Banco do Brasil (BB), Caixa Econômica Federal (CEF) e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), entre 2018 e 2020.
“Tal fato denota que a redução da participação dos principais bancos públicos se deu, em parte, vis-à-vis o aumento da participação de instituições que não se encontram entre as cinco maiores instituições, o que contribui para o incremento das condições concorrenciais quando se considera exclusivamente os índices de concentração”, acrescentou.
Crédito e juros em 2020
Em 2020, o volume total do crédito ofertado pelos bancos cresceu 15,5%, atingindo a marca inédita de R$ 4,017 trilhões, segundo números do BC. O crescimento registrado foi de R$ 539,369 bilhões no período.
O aumento no crédito bancário no ano passado está relacionado às medidas adotadas pelo Banco Central para liberar às instituições financeiras mais recursos destinados a empréstimos em meio à pandemia do novo coronavírus (leia mais abaixo).
Segundo a instituição, os juros bancários médios cobrados pelos bancos de seus clientes com recursos livres, que não consideram operações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do crédito rural e imobiliário, registraram queda em 2020.
Veja as variações das taxas de juros no ano passado:
a taxa média total (pessoa física e jurídica) passou de 33,4% ao ano em dezembro de 2019 para 25,5% ao ano o mesmo mês de 2020;
os juros nas operações com pessoas físicas passaram de 46% ao ano em dezembro de 2019 para 37% ao ano em dezembro do ano passado;
a taxa média cobrada das empresas passou de 16,3% ao ano em dezembro de 2019 para 11,7% ao ano dezembro de 2020.
A taxa média do cartão de crédito rotativo de pessoa física passou de 318,8% ao ano em dezembro de 2019 para 328,1% ao ano em dezembro do ano passado;
a taxa média do cheque especial de pessoa física passou de 247,6% ao ano em dezembro de 2019 para 115,6% ao ano em dezembro de 2020. Nesse caso, o BC adotou um teto para os juros.
Fonte : G1