Os quatro maiores bancos do Brasil: Itaú, Bradesco, Santander e Banco do Brasil registraram um aumento significativo em seus lucros no primeiro semestre deste ano.
Os quatro maiores bancos do Brasil: Itaú, Bradesco, Santander e Banco do Brasil registraram um aumento significativo em seus lucros no primeiro semestre. O resultado líquido combinado dessas instituições subiu de R$ 47,8 bilhões no mesmo período do ano passado para R$ 53,9 bilhões, destacando um crescimento robusto no setor bancário. Este desempenho positivo pode ser atribuído a uma série de fatores, incluindo a redução das taxas de inadimplência e estratégias eficazes de gestão de risco e expansão de mercado.
Queda nas despesas com provisões
As despesas com provisões dos quatro bancos caíram 4,9% no comparativo anual, totalizando R$ 60,993 bilhões na primeira metade de 2024. Essa diminuição marca uma mudança após o pico no custo do crédito no início de 2023, quando os bancos ainda lidavam com a “digestão” de empréstimos concedidos em 2021 e 2022, que posteriormente apresentaram qualidade mais baixa.
Ajustes na carteira de empréstimos
Entre dezembro de 2022 e o primeiro semestre de 2024, o Itaú fez uma limpeza significativa na carteira de empréstimos, eliminando créditos de menor qualidade, especialmente em cartões de crédito concedidos a clientes de menor renda ou oriundos de canais externos. Esse movimento permitiu ao banco acelerar o crescimento anual da carteira de crédito, que passou de 2,8% em março para 8,9% em julho.
Expansão do crédito no Bradesco
O Bradesco também registrou um crescimento notável, com a carteira de crédito aumentando de 1,2% para 5% em apenas três meses, superando as expectativas do mercado e atingindo a meta de crescimento anual de pelo menos 7%. Após dois anos de restrições para controlar a inadimplência, o banco ajustou seus mecanismos de originação e cobrança, permitindo a retomada do crescimento. Marcelo Noronha, presidente do Bradesco, destacou que o impacto positivo no crédito deve refletir nas margens com empréstimos na segunda metade do ano.
Foco em públicos de melhor perfil creditício
A recuperação do crédito não é uniforme entre todos os segmentos. Os três maiores bancos privados do país estão focados em acelerar o crescimento junto a clientes de melhor perfil creditício, especialmente aqueles que já possuem contas nas instituições. Em resposta ao crescimento das fintechs em 2021, os bancos tradicionais aceleraram a oferta de produtos como cartões de crédito para novos clientes, muitos dos quais chegaram através de canais digitais.
Estratégias conservadoras
O Bradesco informou que a concessão de crédito para pequenas e médias empresas, ainda endividadas, não voltou aos níveis de 2019, ano anterior à pandemia. Em relação a pessoas físicas, o banco tem priorizado produtos garantidos e focado no público de alta renda, mantendo uma abordagem conservadora com clientes de baixa renda e não-correntistas.
No Itaú, a estratégia é semelhante. No segundo trimestre, 71% das novas linhas de crédito pessoal e crediário foram direcionadas aos clientes dos segmentos Uniclass e Personnalité, de média e alta renda. Em cartões de crédito, essas marcas cresceram 17,3%, comparado aos 2% da carteira total, indicando uma retração no segmento de baixa renda.
Essa reestruturação e ajuste nas estratégias de crédito são indicativos de uma abordagem mais cautelosa e seletiva, buscando garantir a qualidade das carteiras e a sustentabilidade dos resultados financeiros no longo prazo. (Fonte: Money Times).