As decisões de juros no Brasil e EUA marcaram a semana, mesmo com manutenção das taxas nos atuais patamares. Se lá fora os dados do mercado de trabalho e as interpretações do discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, corroboram com a ideia de corte de juros na próxima reunião, por aqui, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) sinalizou a possibilidade de taxas mais altas, dependendo do comportamento da inflação.
“O Comitê ressaltou a necessidade de ‘ainda maior cautela na condução da política monetária’ e afirmou que os riscos inflacionários, ‘se persistentes, corroboram a necessidade de maior vigilância’. Lemos esta sinalização como: se os determinantes da inflação – câmbio, expectativas, incerteza fiscal, crescimento salarial – não se estabilizarem (pelo menos) daqui para frente, o Copom poderá optar por aumentar os juros no segundo semestre”, comenta a equipe econômica de Caio Megale, economista-chefe da XP Investimentos.
Para dar mais elementos sobre o tema, a ata do Copom será divulgada na terça-feira. O documento deve trazer ainda mais detalhes sobre a decisão unânime que manteve a taxa Selic em 10,5%. Além disso, um dos detalhes da semana será a apresentação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na sexta-feira. A expectativa, de acordo com o consenso LSEG, é de alta de 0,23% ao mês.
A equipe econômica do Itaú destaca que a estimativa preliminar é de aumento de 0,34% ao mês, perfazendo 4,2% em junho. Há ressalva de que as estimativas poderiam mudar de acordo com os dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) que ainda seriam divulgados.
Com a retomada dos trabalhos legislativos após o recesso, a atividade do Congresso deve ganhar impulso e as discussões da desoneração da folha de pagamento devem ser retomadas. Há também a expectativa de avanço da proposta de renegociação da dívida de estados com o Governo Federal.
Os próximos dias serão intensos na quarta semana da temporada de balanços do 2T24. Dentre os dados principais estão o balanço da Petrobras (PETR4) e dos bancos Itaú (ITUB4), Banco do Brasil (BBAS3) e Bradesco (BBDC4). Serão divulgados mais de 100 balanços ao todo na semana e a temporada termina apenas no dia 14 de agosto.
Nos EUA e no exterior, a semana será de agenda mais esvaziada de indicadores. A segunda-feira será marcada pela divulgação do índice de gestores de compras (PMI, na sigla em inglês) composto da S&P Global nos EUA, na Zona do Euro, no Reino Unido e na Alemanha. No mesmo dia, a Europa conhecerá o índice de preços ao produtor. Nos EUA, será divulgado o índice de ISM do setor de serviços.
Na China, serão divulgados importantes dados como o PMI calculado pelo Caixin, que trará dados industriais, no domingo, e os dados de inflação ao consumidor e ao produtor na quinta-feira. Na terça, atenção para balança comercial da China. (Fonte: Infomoney).