Você com certeza ouviu falar em Quiet Quitting e Quiet Ambition. Nome dado a comportamentos ou estratégias de funcionários para lidarem com a vida no trabalho. No entanto, as empresas também se adaptam e o Quiet Cutting também está sendo aplicado.
A tradução literal seria “corte silencioso” ou “dispensa silenciosa” (o termo “demissão silenciosa” também seria adequado, mas ele é utilizado para um outro comportamento de funcionários). Se trata de uma técnica de empresas que forçam os trabalhadores a pedirem demissão.
Você deve estar se perguntando como ela funciona. São várias táticas que podem ser adotadas e fazem com que a empresa não precisa gastar recursos para demitir. Em alguns países a baixa taxa de demissão é um fator atrativo e que gera renome, então também é uma forma de preservar reputação.
Existem sites que mapeiam demissões de grandes empresas de diferentes áreas. Isso pode afastar futuros funcionários, que tenderiam a buscar um outro lugar. Desta forma, organizações buscam se preservar do fato de demitir funcionários, fazendo com que eles peçam por isso.
Basicamente empresas economizariam e manteriam sua reputação. É claro que isso pode esbarrar em diversas questões éticas e direitos trabalhistas em muitos países. A prática não é exatamente admirada e pode manchar a reputação da empresa em questão.
Lembrando que leis trabalhistas podem ser um empecilho para a prática. No Brasil não se pode rebaixar de cargo, mas nesse caso o Quiet Cutting consistiria em “rebaixar sem rebaixar”. No papel permaneceria uma coisa, mas o funcionário seria mandado para outro setor realizando uma função “inferior”, mesmo que não oficialmente. Claro que isso é teórico.
Da mesma forma, as leis trabalhistas nos EUA são mais brandas e as empresas possuem mais liberdades nesse aspecto. Muitas vezes isso também ocorre no Japão em alguns contextos.
Segundo uma pesquisa realizada pela Monster, o fenômeno afetou cerca de 58% de funcionários participantes nos EUA e cerca de 77% já viram acontecer com alguém.
Jim Moore, especialista em relações trabalhistas da Hamilton Nash, disse à People Management: “No fim das contas, trata-se de reduzir os custos com pessoal, deixando os funcionários ‘miseráveis’ para que eles peçam demissão, embora nenhum empregador jamais admita usar tal prática.”
“É um fato evidente, mas para muitas organizações, pedir demissão é muito mais barato do que demiti-las”, disse Chris Preston, diretor e cofundador da The Culture Builders, à People Management.
Especialistas alertam para o fato de que isso pode afetar a reputação da empresa e dos profissionais que realizam esta prática. O ideal é buscar meios saudáveis para ambas as partes, como acordos.
Pode ser que a empresa que faça isso não precise lidar com indenizações no ato da demissão, mas se for constatadas a falta de ética ou abusos, um processo poderá gerar muito mais prejuízo. (Fonte: IGN).