A inflação acumulada em doze meses deve ultrapassar 4% na leitura de junho, segundo estimativas de mercado. A leitura deve contabilizar efeitos das chuvas no Rio Grande do Sul e a expectativa consensual indica uma variação mensal de 0,32% no mês passado, após alta de 0,46% em maio. Assim, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta, 10, sairia do patamar atual de 3,93% para 4,35%.
A estimativa de Bruno Imaizumi, economista da LCA Consultores, está em linha com o consenso. A expectativa é de uma desaceleração mensal nos grupos de habitação, vestuário, saúde e higiene. Ainda, a desaceleração tende a ocorrer principalmente em transportes que, segundo o especialista, “pode registrar deflação devido a quedas de preços em combustíveis e passagens aéreas”. No entanto, Imaizumi espera aceleração em alimentação e bebidas, com altas em preços de produtos como arroz, tomate, açúcar, carnes e peixes industrializados, leite, óleos e bebidas.
Entre os pontos de atenção, estão a inflação de serviços e o dólar, segundo a economista Paula Magalhães, doutora pela EESP-FGV. “A inflação surpreendeu um pouco para baixo recentemente, com impacto do Rio Grande do Sul muito em alimentos. Mas estamos vendo ainda inflação de serviços elevada em um patamar difícil de ceder”. Ainda, a depreciação do real frente ao dólar impacta a inflação, de forma geral, pressionando o indicador tanto neste ano quanto possivelmente o próximo.
A prévia do indicador oficial, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de junho, teve alta de 0,39% em relação ao mês anterior, quando subiu 0,44%. Assim, a taxa em doze meses avançou de 3,70% para 4,06%. Alimentação e bebidas foi o grupo com maior impacto, enquanto transportes e artigos de residência registraram queda nos preços. (Fonte: Investing).