No início de maio, a direção do Banrisul anunciou que suspenderia, por quatro meses, os descontos dos empréstimos consignados dos servidores públicos estaduais. No anúncio, o Banco informava que as parcelas suspensas seriam acrescidas ao final do contrato, sem acréscimos. Para facilitar a adesão por parte dos servidores, o banco informou que a mesma seria automática; quem não quisesse a suspensão, teria que entrar no aplicativo do banco e registrar a opção por seguir pagando normalmente.
Na última sexta-feira (30), o Banco anunciou que tinha ampliado a prorrogação da suspensão dos descontos dos consignados, para seis meses. Porém, haveria uma alteração na medida: as parcelas suspensas e os juros decorrentes seriam diluídos nas parcelas restantes. O que parecia uma ação do banco em benefício dos servidores públicos, como dito no comunicado do Banco: “a concessão de carência por seis meses vem atender às demandas dos servidores públicos, clientes do banco, para reestruturação financeira daqueles afetados pelas enchentes”, mostrou-se uma verdadeira armadilha. Na prática, o que o Banrisul está fazendo é um novo empréstimo para pagar as parcelas que foram suspensas.
Ao não jogar as parcelas para o final do contrato, o Banrisul dificultou a vida dos servidores públicos, pois, quando retomar o pagamento em novembro, esses servidores terão que arcar com uma prestação mais elevada, comprometendo uma parcela maior do seu salário. Para piorar, a alternativa anunciada anteriormente, de suspensão por quatro meses com acréscimo de parcelas ao final do contrato, não existe mais. (Fonte: GaúchaZH).