O dia 30 de outubro de 1985 é uma data histórica para a classe trabalhadora brasileira. Nesse dia, os bancários da Caixa Econômica Federal realizaram uma paralisação de 24 horas pela jornada de seis horas e pelo direito à sindicalização, com adesão de praticamente 100% da categoria.
A mobilização teve início com os escriturários. O cargo foi criado no final da ditadura militar com remuneração correspondente à metade do piso dos empregados mais antigos, apesar de desempenharem as mesmas atribuições. Também na época, a jornada de trabalho era extenuante para os funcionários da Caixa e o fato de serem considerados de economiários os impedia de se sindicalizarem
Como resposta à pressão da categoria, em 1984 a Caixa realizou processos seletivos internos para elevação de cargo, mas as 4 mil vagas não eram suficientes para os 20 mil escriturários da época. Em protesto, vários desses trabalhadores se negaram a fazer as provas e foram demitidos.
As demissões aumentaram a insatisfação da categoria e sua disposição à luta. A mobilização levou à organização do primeiro Congresso Nacional dos Empregados da Caixa, realizado entre 19 e 20 de outubro de 1985, em Brasília (DF). No encontro, foi aprovada a realização da primeira greve nacional pela jornada de seis horas e pelo direito de serem reconhecidos como bancários.
A paralisação aconteceu então no dia 30 de outubro de 1985 e garantiu a tramitação dos projetos de lei sobre o tema, aprovados no Congresso Nacional em regime de urgência. A greve foi um marco não apenas devido às conquistas objetivas, mas também por ter fortalecido as entidades de representação dos trabalhadores. (Fonte: A verdade – Feeb SC).