A decisão anunciada hoje de redução dos juros do crédito consignado para aposentados poderá fazer com que bancos reduzam a oferta dos empréstimos. O alerta foi feito pela Federação Brasileira dos Bancos, a Febraban. Segundo a entidade, o novo patamar dos juros não cobre os custos de parte dos bancos.
Iniciativas como essas geram distorções relevantes nos preços de produtos financeiros, produzindo efeitos contrários ao que se deseja, na medida em que tende a restringir a oferta de crédito mais barato”, cita a entidade em nota.
À tarde, o Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) aprovou em reunião extraordinária o corte do juro máximo para o empréstimo com desconto em folha de 1,97% para 1,91% ao mês. O Conselho citou a queda da taxa Selic – pelo Banco Central – como motivo para a decisão.
Segundo a Febraban, a medida “coloca o produto em patamar abaixo dos custos vigentes para parte dos bancos que operam essa linha de crédito”.
Na nota, a Febraban diz que os bancos participaram da reunião realizada à tarde e votaram contra a proposta. “A Febraban lamenta que a proposta tenha sido encaminhada ao setor bancário apenas na véspera da reunião do Conselho, sem qualquer abertura ao diálogo, adotando uma medida unilateral sem aprofundamento das suas consequências”, cita o texto.
Diante do novo limite para os juros, a entidade que representa o setor financeiro, informa que “caberá a cada instituição financeira, diante de sua estratégia de negócio, avaliar a conveniência de concessão do consignado para os beneficiários do INSS no novo teto de juros”.
Dados do Banco Central mostram que, entre os dias 28 de julho e 3 de agosto, 36 instituições financeiras operaram o crédito consignado do INSS. Nesse grupo, 11 bancos praticaram juro médio superior ao patamar de 1,91% ao mês. Portanto, teriam de reduzir a taxa cobrada dos clientes para se adequar à decisão do CNPS.
A nota da Febraban cita ainda que o comportamento do Ministério da Previdência Social destoa do observado em outras áreas do governo no esforço de melhorar o mercado de crédito.
“Na contramão de outras áreas do governo, que têm debatido com o setor bancário melhorias do ambiente de crédito, melhor seria se o Ministério da Previdência Social tivesse prestigiado o debate e a racionalidade econômica em linhas que são fundamentais para o consumo das famílias”, cita a nota.
Fonte: CNN Brasil
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