Foi no início de 2019 que a IBM lançou o Q System One, primeiro computador quântico do mundo de uso comercial. Com seus 20 qubits, a tecnologia chamou a atenção. Falava-se sobre como a nova computação poderia afetar os negócios no futuro. Entre os setores mais afetados, o financeiro era um dos mais citados. Seria um dos primeiros a sentir o baque – tanto nos riscos quanto nas oportunidades. Quatro anos depois, a tecnologia avança a passos largos. A IBM tem computadores com mais de 400 qubits e pretende superar a nova barreira de mil qubits em um computador a ser lançado até o fim do ano.
Com os qubits – a versão da computação quântica dos bits – os computadores superam em muito a capacidade de processamento dos computadores clássicos. Segundo a explicação da própria IBM, “a computação quântica é uma tecnologia emergente que utiliza as leis da mecânica quântica para resolver problemas complexos demais para os computadores clássicos”. Isso quer dizer que operações que demandariam horas, meses ou anos mesmo nos mais avançados computadores clássicos podem ser feitas em minutos no computador quântico. Isso abre um leque de novas possibilidades. É possível, por exemplo, estudar moléculas mais complexas para medicamentos, ou usar mais variáveis para fazer um cálculo macroeconômico mais preciso.
“A computação quântica é importante para o setor financeiro porque ele é pioneiro no uso de modelagem avançada de analytics, seja de dados para inteligência artificial ou score de risco, score de crédito e coisas do gênero. A computação quântica vem aumentar a nossa capacidade, dentro do processo de modelagem, de resolver problemas que na computação clássica são impossíveis de serem resolvidos pela limitação do hardware”, explica Moisés Nascimento, diretor de Tecnologia e líder da área de Dados e Analytics do Itaú Unibanco.
Segundo a McKinsey, o setor financeiro tem alguns dos usos mais promissores da computação quântica, “apesar de as possibilidades de utilização no curto prazo serem especulativas”. Para a consultoria, a análise de risco e gestão de portfólio devem trazer os maiores ganhos para o setor.
Fonte: Época Negócios
Notícias: FEEB-SC