Os profissionais da enfermagem, depois de ampla exposição, riscos e sacrifícios no período da pandemia, seguem lutando pela implementação do piso, com garantias e sem atrelamento à jornada de 44 horas semanais. Apenas no Paraná, são cerca de 130 mil profissionais de enfermagem.
Coordenadora do Fórum Nacional da Enfermagem, Líbia Bellusci, anunciou, durante audiência pública na Assembleia Legislativa do Paraná, na noite do último dia 20, a necessidade de greve nacional da categoria, contra os atropelos de Judiciário e grandes empresas da área.
“Ganhamos muito reconhecimento na pandemia, mas a real valorização ainda não chegou em nossos contracheques. Infelizmente, o STF se rendeu à pressão da rede privada. Planos de saúde cresceram com o nosso trabalho. Para os empresários da saúde a pandemia foi lucrativa”, critica, arrancando gritos e coro no plenário em relação à greve nacional, que foi amplamente aplaudida.
O deputado estadual Professor Lemos (PT) apontou que o palco da luta neste momento é o Supremo Tribunal Federal (STF), pressionado pelas empresas privadas do ramo da Saúde. “Entidades privadas foram contrárias à implementação do piso e agora estamos na reta final”, afirmou, defendendo a necessidade de votação favorável no STF em favor do piso.
Já Irene Rodrigues da Silva, coordenadora da Coordenação dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal (Confetam), aponta que é preciso lutar para enraizar o piso em todo o estado: “O que quebra o Brasil não é o piso da enfermagem, mas a ganância dos empresários. Para ter o SUS dos nossos sonhos, temos que ter trabalhadores valorizados. Temos que ter o piso nos 399 estados do Paraná, sobretudo em Curitiba”, afirma. (Fonte: Brasil 247).