Pela primeira vez desde 2018 o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), que calcula a “inflação do aluguel”, ficou abaixo do índice registrado nos últimos 12 meses (de abril de 2022 a abril de 2023), com queda de 2,17% no período. O recuo foi mais acentuado neste mês, de menos 0,95%.
Nos quatro primeiros meses deste ano, o indicador acumula deflação de 0,75%. Em abril do ano passado, o IGP-M havia subido 1,41%, segundo levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
O resultado foi alcançado a partir da queda nos preços de commodities que entram no cálculo do indicador como soja (-9,34%), milho (-4,33%) e minério de ferro (-4,41%),
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que responde por 60% do índice geral e apura a variação dos preços no atacado, também apresentou deflação de 1,45% em abril, depois de cair 0,12% no mês anterior. O resultado, de acordo com a pesquisa, foi influenciado pelo subgrupo de alimentos processados, que passou de -0,96% para 0,6% no mês.
Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), por outro lado, avançou 0,46% em abril, desacelerando após alta de 0,66% em março. Três dos oito componentes do índice recuaram neste mês, com a maior contribuição vindo de Transportes, que, puxado pelos preços da gasolina, variou de 2,22% para 0,85%. Nesta classe de despesa, cabe mencionar o comportamento do item gasolina, cujo preço variou 2,39%, ante 6,52% na edição anterior.
“O IPC, ainda que esteja registrando desaceleração, segue pressionado pelos reajustes de preços administrados, como gasolina (2,39%), energia (1,31%) e medicamentos (2,02%). Além disso, os serviços livres também persistem com inflação em elevado patamar. Entre os itens deste segmento, vale destacar o aluguel residencial com alta de 1,31% em abril.”, afirma André Braz, coordenador dos Índices de Preços da FGV.
Também apresentaram decréscimo em suas taxas de variação os grupos: Habitação (0,84% para 0,62%) e Comunicação (0,46% para 0,21%). Nestas classes de despesa, vale mencionar os seguintes itens: aluguel residencial (2,73% para 1,31%) e tarifa de telefone móvel (1,18% para 0,55%).
Em contrapartida, os grupos Educação, Leitura e Recreação (-1,50% para -0,96%), Alimentação (0,14% para 0,36%), Vestuário (0,20% para 0,31%), Despesas Diversas (0,13% para 0,18%) e Saúde e Cuidados Pessoais (1,00% para 1,01%) apresentaram avanço em suas taxas de variação. Estas classes de despesa foram influenciadas pelos seguintes itens: passagem aérea (-8,21% para -5,59%), hortaliças e legumes (-2,75% para -0,68%), calçados (-0,01% para 0,73%), tarifa postal (0,37% para 2,08%) e medicamentos em geral (0,21% para 2,02%). (Fonte: FGV).