Serviço por demanda, de forma temporária e sem carteira assinada. Essa é a realidade de pessoas como o entregador Rodrigo Lopes, de 30 anos, morador do Rio de Janeiro. Há dois anos, Rodrigo presta serviço para um aplicativo de entrega de alimentos.
Do final de janeiro de 2021 até o 3º trimestre de 2022, mais 200 mil pessoas passaram a integrar esse mercado chamado de Gig Economy: de 1,5 milhão saltou para 1,7 milhão trabalhadores em todo o país.
Desse total, apenas 23% contribuíram para a previdência social nessa ocupação, seja ela a principal ou secundária. Os dados são de um estudo do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicada (IPEA) divulgado nessa quarta-feira.
Assim como o entregador Rodrigo Lopes, a maior parte dos trabalhadores desse mercado estão em situação de vulnerabilidade, desprotegidos de eventuais riscos e sem direitos como auxílio-doença, salário maternidade e aposentadoria por tempo de contribuição.
Embora esteja em dificuldade para acertar as contas mensais, Rodrigo pensa em contribuir de forma autônoma para o INSS.
O pesquisador do Ipea Geraldo Góes destaca a importância do trabalho prestado pelos trabalhadores de transportes inseridos na Gig Economy e avalia a necessidade de regulação do setor.
O estudo do Ipea mostra ainda a desigualdade na contribuição previdenciária por região do país. Enquanto no Sul mais de um terço dos trabalhadores contribuem para a previdência social, no Norte esse percentual fica abaixo de 10%. (Fonte : Yahoo).