Em diversas formas podemos mostrar os efeitos perversos das políticas econômicas implementadas pela gestão Paulo Guedes e Bolsonaro no Brasil. Em especial, quando olhamos os dados sobre a cesta básica de alimentos, considerada a base alimentar do país, e a capacidade de aquisição dos trabalhadores e trabalhadoras que ganham até 1 salário mínimo.
Em 2022, o valor da cesta básica aumentou nas 17 capitais onde o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. As altas mais expressivas, quando se compara dezembro de 2021 com o mesmo mês de 2022, foram registradas em Goiânia (17,98%), Brasília (17,25%), Campo Grande (16,03%) e Belo Horizonte (15,06%). Já as menores taxas acumuladas foram as de Recife (6,15%) e Aracaju (8,99%).
Em valores o maior custo do conjunto de bens alimentícios básicos foi observado em São Paulo (R$ 791,29), depois em Florianópolis (R$ 769,19) e Porto Alegre (R$ 765,63). Entre as cidades do Norte e Nordeste, onde a composição da cesta é diferente das outras capitais, Aracaju (R$ 521,05), João Pessoa (R$ 561,84) e Recife (R$ 565,09) registraram os menores valores.
Assim, com base na cesta mais cara, que, em dezembro, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima o valor do salário mínimo necessário.
Em dezembro de 2022, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 6.647,63, ou 5,48 vezes o mínimo de R$ 1.212,00, em 2022; ou mesmo R$ 1.302,00 aprovado para 2023. Ou seja, nosso salário mínimo está muito aquém do básico para sobrevivência de uma família. (Fonte: Terra).